Toda forma de ajuda vale a pena

A falta de esperança, a incapacidade de ver luz no fim do túnel é comum entre as pessoas que passam por uma situação de depressão. Achar que nada mais vale a pena faz parte do processo, explica o psiquiatra Neury Botega. “O que é uma mureta se transforma numa muralha intransponível, o corpo pesa, a gente não consegue mais ter iniciativa mesmo com coisas que a gente gostava de fazer. A gente não tem mais motivação”. Sair desse processo sozinho, muitas vezes, é um caminho difícil. Quase impossível. “Deve-se pensar: estou deprimido, preciso de ajuda e vou procurar ajuda. De uma pessoa em quem se confia. Pode ser um parente, um amigo, um ministro religioso, um profissional de saúde. Mas sempre. Abrir-se para se ajudar”, ensina ele.
E se a pessoa não pede ajuda? Como, quem está do lado de cá, pode auxiliar? Uma das formas é acompanhar a pessoa até um serviço especializado em saúde mental. A outra, é colocar-se ao lado dela. E observar nossos amores e afetos é cada vez mais fundamental em uma sociedade tão corrida, na qual às vezes as pessoas sequer se olham. “Se a gente for pensar na nossa sociedade como um todo, é uma sociedade que vai ficando mais individualista, mais competitiva, onde o jovem tem que vencer, tem que ser aceito pelo grupo”.
Neury Botega comenta que sinais como estar mais calado do que o usual, isolar-se, deixar de se abrir, ter crises de desespero, beber um pouco mais, ir mal na escola, faltar ao trabalho e não tomar banho são importantes indicativos para ideação suicida. “Sempre que a gente observar uma mudança no comportamento acompanhada de isolamento, de uma frase sobre a vida não ter sentido, estar cansado de viver, de que seria melhor se morresse é preciso levar a sério. Sentar, com calma, olhando nos olhos, dando a entender para essa pessoa que eu estou com tempo, eu quero ouvi-la. E perguntar! Geralmente as pessoas têm medo de perguntar”.
A situação costuma ser ainda mais grave entre jovens. As tentativas de suicídio ocorrem como resposta a decepções, rompimentos amorosos ou até mesmo sentimento de desonra e inadequação. Nessa faixa etária, a impulsividade também é fator de risco. “O jovem não pensa muito, a primeira coisa que vê na frente toma ou faz , via de regra, depois de um tempo, quando sobrevive e a gente conversa com mais calma, a gente ouve algo mais ou menos do tipo: é, o que eu queria não era mesmo me matar. Eu apenas estava desesperado, não sabia o que fazer e eu queria parar aquela situação”, explica.
Ele lembra que o comportamento suicida é resultado de uma combinação de fatores. Entre os que precipitam a atitude extrema podem estar autoestima precária, humilhação, trauma… “Não é todo mundo que tem depressão que pensa em suicídio. E nem todo mundo impulsivo que acaba numa tentativa de suicídio. Suicídio é um fenômeno complexo e vários fatores se combinam para uma pessoa chegar a um ato autoagressivo”, observa o psiquiatra.
Ao colocar-se ao lado da pessoa, é importante não julgar, mostrar que ela pode se expor como e da forma que quiser. “Ouvir e dizer: estou aqui do seu lado, não estou te julgando, só quero saber como é que eu posso te ajudar”, comenta Botega. É nesse campo que entra o CVV. A compreensão empática é muito mais que uma expressão ou teoria. É mergulhar no mundo do outro e participar da experiência desse outro ser, com todas as possibilidades e nuances envolvidas neste universo, que inclui comunicação verbal e não verbal, falas e gestos, sons e atitudes. Se precisar conversar, ligue 141 ou acesse cvv.org.br..
Leila
CVV Brasília (DF)
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