A dor que arranha por dentro

A impulsividade e o excesso de cobranças foram marcantes para a administradora de empresas Carla Hidalgo. Ela é sobrevivente de si. Aos 12 anos, tentou suicídio. Ficou 20 dias na UTI e os médicos chegaram a falar para os pais que ela não sobreviveria. Foram seis meses sem conseguir andar. “Hoje, aprendi que quando tiver alguns momentos desses é importante ficar calma, pensar que vai passar. Dói, você arranha tudo por dentro, mas vai passar… ou você vai aprender a viver de alguma outra forma… o calo vai se ajeitar no sapato, não quer dizer que você vai tirar. Aprendi a saber que a caminhada vai ser difícil”, conta ela.
Ela conta a própria história para ajudar a quebrar clichês, tabus e estigmas. “Quando as pessoas falam, outras se identificam e percebem que os seus problemas não são os únicos, o que também não diminui os seus problemas. Se você está sofrendo, não invalide sua dor pensando que outros vivem situações mais graves”, afirma ela, ao participar do Como Vai Você, o programa do CVV.
O tempo, avalia, foi e tem sido essencial para a compreensão de tudo. “Me sinto mais à vontade para falar sobre tudo. Isso tem me ajudado e ajuda outras pessoas a ver que não é só você que passa por isso, que sente isso… porque muitas vezes a pessoa não fala porque acha que não vão entender, que vão achar que ela é louca”.
Desde criança, Carla sempre foi muito fechada. Ela lembra que pensava que pedir ajuda seria um sinal de fraqueza. “Hoje, quando vejo que não estou bem, me questiono sempre o que posso fazer para melhorar. Sei que o caminho é pedir ajuda. Verbalizar as coisas, tentar explicar o que acontece… sozinho, você acaba fugindo do que te coloca em confronto”.
O falar sobre os próprios sentimentos e dores, explica, precisa ser uma prática diária. “Pensar assim: vamos tentar entender o que está acontecendo. Vamos colocar nos potinhos e analisar. Hoje, já olho para mim de forma mais clara. Só de começar a falar já me ajudou muito”.
Quando decidiu contar abertamente a própria história, observou que os outros aparentavam um certo desconforto. “As pessoas já vão conversar cheia de dedos, pensando que você é depressiva, está à beira de um colapso e que qualquer coisa pode ser um gatilho. Então, te tratam de forma diferente”.
Ela lembra que há alguns anos a situação era bem pior. Havia ainda mais preconceito. “Já está um pouco mais leve. Não quero esconder porque essa é a minha história. A cicatriz no meu braço mostra que sobrevivi a isso, não que tentei”.
Leila – Brasília (DF)
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