Sentimentos alimentados por energias enraizadas no passado
Conhecer este termo e seu significado é a chave para tornar-se mais maduro e mais agradável para se conviver. A essência da Teoria da Transferência está na ideia de que nossas expectativas de como outras pessoas devem ser são amplamente ditadas pela forma como eram as pessoas com as quais convivíamos mais proximamente durante a infância, especialmente nossos pais ou cuidadores.
Estes modelos fundamentais influenciam toda uma série de comportamentos individuais nossos. Desde como caminhamos na rua até nossa reação diante de erros e divergências. Todos temos fraquezas, mas lidamos com elas de modo muito diverso, baseados na “programação” recebida. Se meus primeiros deslizes foram recebidos com compaixão e flexibilidade, a tendência é que eu consiga lidar mais facilmente com minhas próprias falhas, seja capaz de conversar a respeito e não sinta vergonha em reconhecê-las e em pedir ajuda.
Por outro lado, se fui agredida e humilhada, é provável que surjam mecanismos defensivos, que eu me culpe, me julgue incapaz, imprestável e não compartilhe isto com mais ninguém, afinal, não quero sofrer de novo e ainda mais. Simplificando, percebe-se então que formam-se conjuntamente duas maneiras antagônicas de ver o mundo e os outros: uma baseada na confiança e outra no medo.
Assim sendo, não entramos na idade adulta como um papel em branco, vivendo e avaliando de acordo com a realidade dos fatos. Em vez disso temos uma forte inclinação a julgar antecipadamente de acordo com padrões baseados em nossa história de vida particular.
Alguns destes preconceitos podem ser razoáveis, mas muitos deles tornam-se bastante problemáticos. Podemos tornar-nos excessivamente preocupados e ansiosos, desconfiados ao ponto de não conseguirmos conversar verdadeiramente, ver ofensa onde não existe e partir para o ataque. Ficamos tão nervosos que acabamos paralisados na busca por nossos objetivos e desistimos…
O maior problema é que, de modo geral, não conseguimos saber quando a transferência está acontecendo. Nós presumimos que nossas reações correspondem completamente aos acontecimentos presentes, quando na verdade, nossos sentimentos estão sendo alimentados por uma energia enraizada no passado. É por isso que a maturidade depende de conhecermos nossas tendências para transferência, sabermos quais gatilhos desencadeiam este tipo de reação.
Para ajudar nesta tarefa, psicólogos desenvolveram uma série de testes a fim de identificar estes condicionamentos. Um dos exercícios consiste em completar frases rapidamente, sem pensar muito, permitindo que o inconsciente revele-se. Por exemplo: no fundo sexo é ____; se as pessoas realmente me conhecessem elas iriam ____; quando sou apresentada a alguém poderoso, imagino que ele vai ____ .
Outro exercício clássico é o Teste de Rorschach, bastante conhecido pelo uso de manchas de tinta. Nele, basta observar uma série de imagens abstratas e identificar figuras, significados. Assim Rorschach acreditava que seriam revelados alguns de nossos medos, preconceitos e convicções mais íntimos. É importante destacar que as imagens não possuem um sentido pré-determinado, não há certo e errado. Diferentes pessoas vêem diferentes coisas, de acordo com a forma como o passado as condicionou a imaginar e interpretar.
Ser maduro é superar estas transferências, entendendo que o modo como vemos e lidamos com a autoridade, a sexualidade e as incertezas têm sido distorcidas sem que percebamos. O objetivo é estar definitivamente livre do passado, reduzir o peso de nossas experiências anteriores na forma como vivemos e nos relacionamos hoje. Uma vez que consigamos superar as transferências, estaremos abertos para agir de modo mais confiante, aceitando a nós mesmos, os outros e a vida. Não como achamos que deveriam ser, mas como realmente são.
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