Profissionais da saúde no limite

Para a psiquiatra uruguaia Silvia Pelaez nada é novo sob o sol. “Os profissionais de saúde sempre estão sujeitos às mesmas doenças de que cuidam”. Da mesma forma, desde a antiguidade são acusados e responsabilizados por maus resultados e ignorância. A comunicação virtual, privilégio desta época e desta pandemia, amortece o isolamento, permite a escuta empática, mas estaríamos preparados para isso? E seremos capazes de evitar o aumento do comportamento suicida que se aproxima?
Os questionamentos foram feitos por ela durante o X Simpósio Internacional de Prevenção do Suicídio, promovido pelo CVV, no debate sobre a saúde emocional dos profissionais de saúde. Segundo o psiquiatra Neury Botega, os médicos e demais profissionais de saúde sofrem frequentemente um estresse muito grande no atendimento devido a muitos fatores, a cobrança que fazem de si mesmos, más condições para trabalharem, vulnerabilidade, idealização da profissão e a impotência para curar todos os pacientes.
Uma das consequências é serem acometidos da síndrome de Burnout ou síndrome do esgotamento emocional profissional, que gera irritabilidade, falta de concentração, cometimento de muitos erros e negativismo. A pessoa se torna cética, a autoestima fica ameaçada. Muitas vezes, entre as consequências, depressão, abuso de álcool e uso de psicotrópicos. O psiquiatra destacou que é importante, nos hospitais, a formação de grupos para os profissionais conversarem sobre o que estão sentindo, terem apoio especializado colocado à disposição, informações visíveis de onde buscar apoio.
Não ficar em casa
A psicóloga Karen Scavacini lembrou que, diariamente, as pessoas ouvem que é necessário que fiquem em casa e que mantenham o isolamento. Mas os profissionais da saúde se preparam para justamente fazerem o oposto, saírem de suas casas e se dirigirem ao trabalho nesse tempo de pandemia. O excesso de trabalho, profissionais trabalhando em turnos mais longos, podem comprometer a atenção e a capacidade de decisão, e ter um efeito duradouro, mesmo após o final da pandemia. Além do risco de infecção e transmissão, o profissional sofre pressão nas triagens que são feitas, nos medicamentos, no grande número de pacientes perdidos,
No campo da saúde mental, a psicóloga afirma que muitos profissionais precisarão de ajuda especializada, mas nem todos, porque o sofrimento psíquico não é uma doença. O sofrimento não deve ser negado, mas não precisa virar doença. Em muitos países constatou-se que os enfermeiros sofrem os maiores efeitos na pandemia, com maior irritabilidade, falta de vontade de descansar e sofrimento psicológico, mas declararam não ter nenhum problema.
Pedir ajuda
Outra situação é a questão do sentimento de culpa, que deveria ter feito mais, que os outros precisam mais de ajuda do que eu, entre outros pensamentos. E há também o sentimento positivo, de estar fazendo alguma coisa importante pelo próximo, é o crescimento pós-traumático, aprender com as situações vividas.
Tão importante é também a violência contra o profissional da saúde, que gera igualmente muito medo e estresse. Ele não é acostumado a pedir ajuda, e deve ser convencido que isso é importante, que não se trata de uma fraqueza. O principal sentimento é o medo, que desaparece quando estão atendendo o paciente, e que volta quando deixam o paciente, retiram as vestimentas e equipamentos de proteção, e correm o risco de se contaminar. É um sentimento que vai e volta, não é constante.
Manoel
Santos-SP
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