O uso das redes sociais na prevenção do suicídio

“Você está bem?”. Uma das plataformas de Blogging mais acessadas do mundo, o Tumblr, pergunta assim quando se pesquisa qualquer palavra-chave relacionada a um estado mental dito negativo, como raiva, tristeza ou solidão. O Facebook, rede social mais acessada no mundo, começa a investir cada vez mais em algoritmos rápidos e efetivos para detectar o compartilhamento de conteúdo suicida ou depressivo, enquanto disponibiliza ferramentas para que os próprios usuários entrem em contato com os donos dos perfis que fizerem um post relacionado ao assunto. Também é possível avisar ao próprio Facebook o que está acontecendo e quem pode estar precisando de ajuda. Desde outubro de 2016, o Instagram passou a oferecer o mesmo tipo de recurso de prevenção ao suicídio.
Mas, por que as redes sociais estão tão preocupadas com isso? Entre abril e maio de 2017, a agência nova/sb analisou mais de 1 milhão de menções ao suicídio no Facebook, Instagram, Twitter e Youtube. De acordo com os dados, 34,2% eram piadas ou memes, percentual que superou as opiniões (24,4%), citações (22,1%), notícias (7,5%), relatos (6,3%) e depoimentos (5,5%). Além disso, 18,3% das postagens disseminavam falas apontadas como negativas ou preconceituosas, tais como julgamentos do tipo “conte a um psicólogo, não ao Facebook”, “quem tem depressão não fica em rede social tentando aparecer”, ou “quem quer se matar não avisa”. Algumas, inclusive, incentivavam pessoas a atentarem contra a própria vida. Esses resultados indicam a necessidade de sensibilizar e educar para que a presença online contribua com a prevenção.
Se, por um lado, algumas redes sociais têm assumido sua responsabilidade na monitoração do conteúdo postado pelos usuários e na preocupação com o ser humano que existe por trás de uma foto de perfil, as muitas pessoas que continuam fazendo do suicídio um tabu podem prejudicar, inclusive, a possibilidade de auxílio online, o apoio em casos que pode fazer a diferença.
A era digital mudou, e muito, as nossas possibilidades de interação com o mundo, mas isso não é justificativa para aumentar a indiferença em relação ao sofrimento do outro. Um amigo, familiar ou conhecido que compartilha um desabafo em uma rede social pode não estar em busca de atenção, e sim, mandando sinais sobre o quanto ele ou ela precisa de ajuda – e mesmo que a intenção seja a de chamar a atenção, por que não oferecê-la de uma vez ao invés de tecer julgamentos e críticas negativas? A comunicação de qualquer tipo de sofrimento não deve ser desprezada e onde há necessidade de atenção pode existir solidão e isolamento, alguns dos sinais da depressão.
O suicídio é um problema de saúde pública e deve ser tratado como tal. Com empatia, as redes sociais, além de encurtarem distâncias e manterem amigos que não fazem parte da nossa rotina por perto, também ganham ferramentas ainda mais eficazes do que algoritmos: corações vivos que podem ajudar a salvar vidas.
Angélica Calheiros, colaboradora do Blog do CVV
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