O que esconde o suicídio?
Em São Paulo, em novembro de 2009, uma lamentável ocorrência invadiu os espaços da mídia brasileira: um rapaz de 30 anos, desesperado, arremessou o filho de 2 anos do 18º andar do edifício onde residia a ex-mulher dele e, em seguida, se jogou. Segundo relatos de familiares e amigos, a razão teria sido a separação da esposa ocorrida há poucos meses.
Não vai muito longe, com a diferença de poucas horas entre um fato e outro, três rapazes em países diferentes foram protagonistas de fatos semelhantes e estarrecedores: um jovem de 28 anos, desempregado, no Alabama (EUA), tentou a carreira policial sendo reprovado no exame. Montou uma lista de pessoas e deu início à chacina: armado de dois rifles e uma arma semiautomática disparou cerca de 200 tiros, matando a mãe, a avó, um tio, um sobrinho e um primo. Perseguido, suicidou-se.
Numa cidadezinha alemã, próxima de Stuttgart, um jovem de 17 anos considerado um adolescente normal e inofensivo, numa manhã, vestiu-se de preto, pegou uma pistola e foi até o ginásio onde estudava e deflagrou a arma cem vezes. Matou 15 pessoas. Descobriu-se que gostava de uma garota que não correspondia ao seu amor. Perseguido pela polícia, ferido na perna, matou-se com um tiro.
E, em Goiânia (GO), um cidadão de 31 anos, desempregado, certo dia convidou a mulher e a filha de 5 anos para experimentarem um vôo panorâmico. No caminho para o aeroclube atacou a companheira, jogando-a na estrada com o carro em movimento. No aeroclube alugou um monomotor, conseguiu levantar vôo e ficou duas horas fazendo malabarismos perigosos até espatifar-se no estacionamento do principal shopping da cidade, morrendo com a filha.
Como explicar estas explosões de extrema violência contra si mesmos e contra os outros? Amores não correspondidos, desemprego, reprovação em concurso foram os desencadeadores destes terríveis dramas humanos, assim, anunciou a imprensa. Entretanto, sabe-se que um ato suicida não se manifesta, salvo exceções, repentinamente e provocado por um único motivo. Por trás de cada gesto de quem pratica a autodestruição, acumula-se uma grande quantidade de fatores que vai construindo, ao longo do tempo, a história de vida de quem acaba por optar por este doloroso caminho.
Estudos mostram-nos com clareza que existem os fatores causais e os desencadeantes do ato suicida. Os fatores causais são também chamados de causas primárias do suicídio e as razões desencadeantes são as denominadas causas secundárias. Perder um amor, o emprego, um familiar, ser reprovado num concurso podem ser os fatores desencadeantes do suicídio, mas as causas primárias, aquelas que se acumulam e crescem dentro de alguém são os verdadeiros responsáveis pelos motivos de saída de cena de alguém do espetáculo da vida.
Daí ser de extrema importância a nossa atenção para estar em permanente vigilância aos fatos que estão por trás do motivo que revela um indivíduo para não mais querer viver. Dentro dele há uma sofrida, antiga e complexa trama de problemas que, a qualquer momento, poderá impulsioná-lo para o desequilíbrio emocional ante uma dor imediata, recente, e levá-lo a deflagrar a “bala” que provocará a sua autodestruição.
Não vai muito longe, com a diferença de poucas horas entre um fato e outro, três rapazes em países diferentes foram protagonistas de fatos semelhantes e estarrecedores: um jovem de 28 anos, desempregado, no Alabama (EUA), tentou a carreira policial sendo reprovado no exame. Montou uma lista de pessoas e deu início à chacina: armado de dois rifles e uma arma semiautomática disparou cerca de 200 tiros, matando a mãe, a avó, um tio, um sobrinho e um primo. Perseguido, suicidou-se.
Numa cidadezinha alemã, próxima de Stuttgart, um jovem de 17 anos considerado um adolescente normal e inofensivo, numa manhã, vestiu-se de preto, pegou uma pistola e foi até o ginásio onde estudava e deflagrou a arma cem vezes. Matou 15 pessoas. Descobriu-se que gostava de uma garota que não correspondia ao seu amor. Perseguido pela polícia, ferido na perna, matou-se com um tiro.
E, em Goiânia (GO), um cidadão de 31 anos, desempregado, certo dia convidou a mulher e a filha de 5 anos para experimentarem um vôo panorâmico. No caminho para o aeroclube atacou a companheira, jogando-a na estrada com o carro em movimento. No aeroclube alugou um monomotor, conseguiu levantar vôo e ficou duas horas fazendo malabarismos perigosos até espatifar-se no estacionamento do principal shopping da cidade, morrendo com a filha.
Como explicar estas explosões de extrema violência contra si mesmos e contra os outros? Amores não correspondidos, desemprego, reprovação em concurso foram os desencadeadores destes terríveis dramas humanos, assim, anunciou a imprensa. Entretanto, sabe-se que um ato suicida não se manifesta, salvo exceções, repentinamente e provocado por um único motivo. Por trás de cada gesto de quem pratica a autodestruição, acumula-se uma grande quantidade de fatores que vai construindo, ao longo do tempo, a história de vida de quem acaba por optar por este doloroso caminho.
Estudos mostram-nos com clareza que existem os fatores causais e os desencadeantes do ato suicida. Os fatores causais são também chamados de causas primárias do suicídio e as razões desencadeantes são as denominadas causas secundárias. Perder um amor, o emprego, um familiar, ser reprovado num concurso podem ser os fatores desencadeantes do suicídio, mas as causas primárias, aquelas que se acumulam e crescem dentro de alguém são os verdadeiros responsáveis pelos motivos de saída de cena de alguém do espetáculo da vida.
Daí ser de extrema importância a nossa atenção para estar em permanente vigilância aos fatos que estão por trás do motivo que revela um indivíduo para não mais querer viver. Dentro dele há uma sofrida, antiga e complexa trama de problemas que, a qualquer momento, poderá impulsioná-lo para o desequilíbrio emocional ante uma dor imediata, recente, e levá-lo a deflagrar a “bala” que provocará a sua autodestruição.
Bartyra
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