O desafio de cuidar

Data18/08/2017 CategoriaSaúde emocional

Por vezes, ao cuidarmos de um familiar, um amigo, uma pessoa próxima a quem amamos profundamente, nos sentimos completamente esgotados, ansiosos, com medo e sem forças para continuar. Enfrentar a situação quando esta pessoa está com uma doença terminal, incurável, crônica, progressiva, ou uma situação extrema de saúde, pode exigir de quem cuida deixar a própria vida em segundo plano, em compasso de espera. É um momento que requer esforços e habilidades que, às vezes, nem se sabe ter. Uma mudança que pede dedicação integral em tempo exclusivo, mas que, também, pode resultar em sobrecarga física e emocional.

Neste processo, muitas vezes longo, é comum a busca por informações e por luz, por mais tênue que seja, para tentar amenizar a dor e o sofrimento, companheiros inseparáveis, assim como a incerteza e a ansiedade do que está por vir. Sentimentos múltiplos, mesmo quando o otimismo, a adaptação e a paciência são presentes. Em situações extremas, o cuidador pode não conseguir dormir, alimentar-se corretamente, espairecer… perceber que a agressividade ou a indiferença recebidas não são dirigidas a si, mas fruto de uma doença do ente querido a quem se decidiu abraçar nesta travessia tão difícil que se mostra o adoecimento do corpo físico e da alma.

Um processo que envolve empatia, simpatia, compaixão, solidariedade…. Se, para uns, pode representar revolta e frustração, autossacrifício, para outros, inclui amor e resiliência, mesclados à certeza de se estar fazendo o que deve. Às vezes, tudo isso junto e misturado. Vínculos e sentimentos ambivalentes. Nesta batalha cotidiana, o cuidador, se desejar, pode expressar exatamente aquilo que é e sente. Chorar se sentir vontade, gritar se for o caminho para se liberar das angústias, desabafar. Tentar ser forte sempre pode ser um complicador a mais. Livrar-se das cobranças, as próprias e as da sociedade, evitar julgamentos públicos e reclamações de abandono e desamor costuma ajudar a reduzir o estresse já vivido.

O CVV está disponível para conversar sobre estes e outros sentimentos que surgirem neste processo. Acesse www.cvv.org.br/23 e vejas as formas de atendimento disponíveis.

Leila
Brasília – DF

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