O alto índice de suicídio entre médicos

Data24/03/2017 CategoriaDepressão

Em 29 de junho de 2015, o médico psicoterapeuta Meraldo Zisman publicou, no Diario de Pernambuco (Recife), o artigo “Depressão e Suicídio entre Médicos Estagíarios e Redidentes “. A matéria não está superada uma vez que a questão da morte voluntária está sempre presente entre os seres humanos e médicos, estes últimos, com alta prevalência.

Ressalta Zisman que “para aqueles que não sabem, o suicídio entre os médicos é uma ocorrência comum”. Conforme a Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio, 300 a 400 médicos matam-se a cada ano, cerca de um médico por dia. E acrescenta Zisman: “Nos primeiros dois meses do ano letivo (2014-2015), ocorreram dois suicídios de jovens médicos residentes, na cidade de Nova York”.

Como ler essas cifras com serenidade? Como não ficar estarrecido e indagar: o que leva esses profissionais da área de saúde a cometerem tal gesto com tanta assiduidade? Como resposta pode se recorrer, ainda uma vez, ao Dr. Zisman que assegura: “A formação médica envolve inúmeros fatores de risco para a doença/distúrbios mentais, tais como, transição de papéis, diminuição do sono, traumas, mortes, doenças, tragédias e muitos outros acontecimentos inerentes à sua vida profissional”.

Atualmente, já se tem conhecimento de que a “deslocalização” desses jovens doutores e doutoras, frequentemente, enviados para ambulatórios, na expressão popular, onde o vento faz a curva, a fim de realizarem residência médica, estágios, e outras formas de treinamento, podem lhes provocar sensação de isolamento e falta de apoio, o que contribuem para o surgimento da depressão e da ideação suicida. Sabe-se também, lamentavelmente, que muitos programas de treinamento não têm sido capazes de identificar e fornecer tratamentos de forma adequada para estes residentes, bolsistas e estagiários.

As organizações nacionais americanas, como o Conselho de Avaliação da Educação Médica Superior (ACGME), tentam, sem muito sucesso, abordar a saúde mental dos residentes e bolsistas, propondo estratégias de educação integral, rastreio e tratamento.

Não há como responder satisfatoriamente. Entretanto, o CVV oferta o ouvido amigo, a compreensão, a empatia, a oportunidade do desabafo a esses profissionais que se disponham a contactar com a instituição.

Bartyra – Recife (PE) e Helio – Ribeirão Preto (SP)

*Precisando conversar? Acesse www.cvv.org.br/23 e veja as formas disponíveis de atendimento.

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