Mulheres e cuidados na pandemia

Data08/03/2021 CategoriaOutros

A pandemia de Covid-19 impactou a todos, gerando medos, angústias, perdas de pessoas queridas, prejuízos financeiros, etc. Alguns grupos, no entanto, foram mais atingidos. Dentre eles, as mulheres, que viram vários indicadores de qualidade de vida despencarem em poucos meses.

A função de cuidado, culturalmente atribuída a elas, é um dos pontos apontados de sobrecarga. Diante da necessidade de aumentar a atenção com crianças e idosos, que deixaram de realizar suas atividades habituais e passaram a ficar em casa, coube às mulheres a mudança no ritmo profissional. O resultado veio também em números, com a menor participação feminina no mercado de trabalho desde 1990, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com queda de 7,5%.

A responsabilidade quase integral pelo cuidado da casa e dos familiares também pode ter contribuído para o aumento no estresse e pela queda da produção científica entre mulheres. Entre os pós-doutorandos, por exemplo, 13,9% das mulheres e 27,9% dos homens afirmam ter conseguido trabalhar remotamente nos períodos de lockdown.

O aumento da vulnerabilidade financeira, além do isolamento social, que cortou abruptamente redes de apoio, são algumas das causas apontadas para o crescimento da violência doméstica contra mulheres. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) destaca que a combinação entre a necessidade de permanecer em casa com o agressor e a dificuldade de acessar serviços de proteção levou a um aumento de número de casos e queda das denúncias. O único crime que não pôde deixar de ser notificado, o feminicídio, teve aumento de pelo menos 2% em relação a 2019.

Neste Dia Internacional da Mulher, costuma vir a pergunta: como ajudar aquelas que estão em sofrimento? Apoiando, oferecendo o espaço de escuta. Às vezes pode parecer simples e banal, mas não é. Permitir o desabafo sem críticas, sem julgamentos, permitindo que elas falem sem se sentirem culpadas por estarem assim, pode promover uma enorme diferença e ajuda na saúde mental e na busca por bem estar. Perguntar, de forma genuína, como você está?

O CVV está, mais uma vez, disponível para todas que desejem apoio emocional, através de uma conversa acolhedora e sigilosa. Ligue 188 ou acesse cvv.org.br.

Luiza
Belém/PA

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