Jovens em sua primeira crise global

Data19/09/2020 CategoriaSetembro Amarelo

É fato que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) é uma novidade para todos. Crianças e adolescentes, no entanto, estão vivenciando sua primeira grande crise global. Mesmo que não sejam os mais afetados diretamente pela pandemia, os jovens são muito atingidos, a médio e longo prazo, em relação ao impacto na  saúde mental e emocional em vários aspectos do dia-a-dia. Quem nos traz esta reflexão é Joana Fontoura, representante do Unicef, durante a abertura do X Simpósio Internacional de Prevenção do Suicídio, promovido pelo CVV.

Ela destacou que a Organização Mundial de Saúde aponta que a 4ª onda da pandemia do coronavírus será marcada pelo impacto na saúde mental. Por isso, é importante acompanhar esses desdobramentos na população em geral, principalmente em crianças e adolescentes, tendo em vista a dificuldade em detectar a demanda por atendimento psicossocial nessa parcela da população.

No início da pandemia, o Unicef realizou uma consulta com cerca de 3.900 crianças e adolescentes. O levantamento mostrou que os principais aspectos e impactos na saúde mental e no bem-estar dessa parcela da população são, principalmente, a ansiedade, a preocupação e o tédio. O fato de ficarem isolados dos amigos e dos relacionamentos é o que mais os incomodam, assim como o excesso de tempo livre. Quando foram perguntados sobre que tipo de ajuda eles queriam para conseguir lidar com a situação, 30% responderam que queriam ter dicas de cuidados com a saúde emocional.

Por outro lado, o banco de cadastro do Unicef contempla um público diverso, com jovens de variadas etnias e classes sociais, e a pandemia também se projeta nessas desigualdades. Na medida que alguns jovens se mostram preocupados e aflitos com a situação, uma outra parcela respondeu à pesquisa de uma forma mais confiante, demonstrando segurança e pouca dificuldade para lidar com esta grande crise. Logo, conclui-se que cada criança e cada adolescente, em sua particularidade, experimentará um determinado impacto. Vale ressaltar que, a partir da consulta, ficou evidente o protagonismo de crianças e adolescentes em entenderem e apontarem soluções para o que elas próprias estão vivendo e sentindo.

A preocupação do Unicef é contribuir com os governos Municipais, Estaduais e Federal, a fim de apoiá-los para aprimorar políticas públicas já existentes, bem como gerar soluções para promover novas políticas públicas que atendam a demanda e a necessidade de cada um desses grupos. Para assegurar que crianças e adolescentes tenham seus direitos garantidos, a parceria com os governos é fundamental pois, por exemplo, através do SUS, pode possibilitar atendimento psicossocial e, consequentemente, mecanismos de prevenção do suicídio.

André

Caicó (RN)

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