Esperança, do verbo esperançar

Data29/05/2018 CategoriaCVV

“O sol há de brilhar mais uma vez”, canta Nelson Cavaquinho, em Juízo Final. A composição do sambista carioca é um hino de esperança, sentimento muito falado e pouco debatido. Quase sempre relacionada à virtude, a uma tríade religiosa que inclui fé e amor, a esperança é fundamental para a existência. A partir da crença nela, surge espaço para a vida, para o amanhã, para a perseverança, para a certeza de que algo é possível mesmo quando tudo indica o contrário.

O filósofo Mario Sergio Cortella defende que uma das coisas mais importantes na vida é justamente a esperança, do verbo esperançar, e não do esperar. “Espero que dê certo, espero que resolva. Isso é espera, não esperança. Esperançar, que é de onde vem a palavra esperança, é ir atrás, não desistir”, explica, em um dos seus muitos vídeos.

Muitos pesquisadores concordam que está entre as emoções mais importantes a serem experimentadas. O psicólogo norte-americano Charles S. Snyder, autor do livro Psicologia da Esperança, afirmava que o sentimento é uma espécie de “ideia motivacional”. Uma habilidade para gerar caminhos ou rotas rumo aos objetivos.

Para os simpatizantes do teórico, a esperança pode não apenas levar a uma vida mais leve, mas também auxiliar no tratamento de doenças como a depressão. Neste contexto, a desesperança é vista como um dos quatro sentimentos, os quatro Ds, comunicados pelas pessoas que pensam em se matar, ao lado do desamparo, do desespero e da depressão.

Um estudo feito em 2008 pela psicóloga americana Jennifer Cheavens, que usou os critérios estabelecidos por Snyder, demonstrou que as pessoas que nutriam o sentimento apresentavam menos sintomas de depressão. “Pode aliviar ou prevenir a depressão ao ajudar a construir um mapa mental para que o paciente consiga o que deseja na vida”, explicou.

Longe de ser uma característica inata, no entanto, a esperança é algo que se pode desenvolver ao longo da vida, graças à capacidade do cérebro de continuamente criar novas conexões cerebrais, a chamada neuroplasticidade. A remodelagem cerebral possibilita recuperar habilidades perdidas.  Pode ser uma mudança para frente ou para trás, ganhando ou perdendo habilidades. Pelo raciocínio, ter esperança ou desesperança envolve treino. E, principalmente, escolhas! Quer falar sobre ela ou a falta dela, acesse cvv.org.br e entre em contato com a gente.

Leila

CVV Brasília (DF)

Compartilhar é cuidar

Relacionadas

Início