Empoderando sua vida
Como seres sociais, é comum que busquemos a aceitação daqueles que nos cercam. Queremos nos sentir amados, admirados, considerados, valorizados. Até suportamos que nem todos nos percebam de forma positiva, mas costuma ser muito doloroso quando isso não vem daqueles que amamos e de quem sempre buscamos aprovação, como os nossos pais ou aqueles que nos criaram, que são as primeiras pessoas a quem queremos agradar.
Chegamos à idade adulta quase sempre reproduzindo hábitos, gostos e traços de personalidade daqueles que tinham autoridade e influência sobre nós. É esperado que seja assim, posto que são essas pessoas que nos ensinaram tudo, mas isso normalmente não reflete quem somos, mas, sim, o que os outros nos levaram a ser.
Na adolescência, ainda tentamos uma ruptura e contrariamos tudo o que aprendemos, mas o usual é fazermos sem reflexão, apenas negando por negar, para afirmar nosso desejo de liberdade. Em geral, não há uma transformação e emponderamento do nossos desejos, mas rebeldia. Por isso, é comum voltarmos a repetir nossos pais na vida adulta. A verdadeira libertação costuma só vir com o amadurecimento e com a tomada de consciência da nossa vida, da nossa personalidade, dos nossos sonhos, que podem ou não corresponder aos anseios das nossas famílias ou daqueles que nos são mais próximos.
Se todas as nossas grandes decisões – aquelas que guiam e determinam a nossa vida – até hoje sempre agradaram aqueles que nos criaram, há uma grande chance de estarmos inconscientemente reproduzindo seus comportamentos. É possível que em algum momento tenhamos tentado seguir outro rumo, mas recuado diante da sensação de que poderíamos perder a admiração deles, que nos “ameaçam” veladamente com a perda do seu amor.Quando isso ocorre, não é por maldade, mas porque para eles é muito difícil deixar o controle das nossas vidas, vendo-nos tomar caminhos que eles não consideram os melhores.
Nem todos têm a clareza de que o “melhor” nunca é absoluto e depende do conjunto de valores de cada um. Às vezes, por trás de acusações como de irresponsáveis e egoístas, está uma clara declaração de que não se está correspondendo às expectativas e ao investimento pessoal feito. É preciso muita força interior para ir adiante, quando confrontados dessa forma e mais ainda para sustentar a posição quando as pessoas que desagradamos, de fato, se afastam de nós. Quando isso ocorre, pode-se imaginar que a admiração – e muitas vezes o amor – que elas tinham era, na realidade, pelo seu espelho.
Uma das formas de nos empoderarmos das nossas vidas é renunciando a essas pessoas, que não nos aceitam e não nos acolhem quando passamos a desagradá-las, por mais importantes que elas sejam ou tenham sido. É o que Freud chama de “matar pai e mãe”, simbolicamente, ou seja, se desamarrar da necessidade de corresponder às expectativas daqueles a quem conferimos autoridade e deixar de ser reflexo da personalidade deles para vivermos os nossos desejos plenamente. Muitas vezes, quem segue buscando uma aprovação que nunca vem, renuncia a si mesmo e este é o maior ato de desrespeito que se pode cometer.
Luiza
CVV Belém
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