E se for com você?

Hoje, um apelido que machuca. Amanhã, um adjetivo que causa vergonha. O desrespeito que segue. A violência que não tem fim. Assim é o bullying, uma prática marcada pela intimidação sistemática, que faz com que a pessoa se sinta humilhada simplesmente por ser quem é. “O bullying se dá com trauma, portanto não pode ser confundido com uma brincadeira e com nenhum tipo de humor. O bullying é algo que leva a um grau de perseguição, de sofrimento, porque você não sabe se defender”, explica o neuropsicólogo Hugo Monteiro, professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco e autor do livro “A geração do quarto”, que aborda o tema.
Constante, contínuo e persistente, o bullying causa danos profundos à saúde mental. Há um desequilibro de poder com o objetivo de intimidar e humilhar, ferir uma pessoa que fica vulnerável. Uma das faces mais dolorosas é que costuma vir de uma pessoa da convivência. Entre alunos, entre funcionários, entre colegas de trabalho… professores, e assim por diante.
Às vezes, ele vem com olhares, murmurinhos e exclusão. O pesquisador destaca que os ataques ocorrem pelas diferenças, porque não concordam com a identidade do agredido. “Então discordam e dizem que você é burro, é muito magro, é gay… Discordam porque você é negro, porque você é pobre, porque você estuda muito… ou seja, tem algum traço identitário que leva aquela pessoa a discordar e a tentar destruir você, a tentar destruir a alteridade. E nesse sentido o bullying é uma violência bastante presente nas escolas do mundo todo e nas escolas brasileiras e deixa repercussões psíquicas muito fortes”.
Em geral, são três principais características. A vítima não sabe por que passa por intimidações em série, a perseguição é sistemática e existe uma clara diferença de poder entre a vítima e aqueles que a agridem, seja uma pessoa, uma dupla ou até mesmo um grupo. “Talvez seja a violência mais vil que eu conheço, porque é silenciosa e geralmente só aparece quando tem algum tipo de repercussão muito densa, muito intensa e bárbara. A gente só começa a falar sobre o bullying é quando ele já provoca algum tipo de sofrimento e de dor bastante profunda”, comenta Hugo Monteiro.
Dia de Combate
7 de abril é o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola. A data foi instituída para marcar a tragédia de Realengo em 2011, quando um ex-aluno invadiu uma sala de aula e 12 pessoas morreram. Em 2019, uma pesquisa divulgada pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) apontou que três em cada dez alunos de 15 anos no Brasil afirmam sofrer bullying. A proporção foi considerada acima da média mundial: 16% disseram sofrer agressões verbais, 10% foram ameaçados, 12% tiveram os pertences roubados ou destruídos e 9% chegaram a ser agredidos fisicamente.
Mas como ajudar? Como evitar que a prática ocorra e seja disseminada? Os especialistas apontam a necessidade de criação de espaços onde seja possível falar e escutar, seja nas escolas ou em casa. Evitar minimizar, no estilo “deixa para lá”, também é importante. Promover campanhas de conscientização e acolher quem está sofrendo com a intimidação sistemática. E ficar atento a sinais como isolamento e medo de ficar sozinho, queda no rendimento escolar, fuga à socialização, machucados, roupas sujas ou rasgadas.
Se você passa por uma situação de intimidação sistemática e quer conversar sobre o assunto, ligue 188.
Leila – CVV Brasília
Assista à entrevista do Dr. Hugo Monteiro ao programa “Como Vai Você?”, no YouTube (clique aqui)
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