As armadilhas da busca pelo sucesso

Data11/07/2018 CategoriaAutoestima

Alcançar o sucesso, buscar o melhor desempenho, vencer. Parecem desejos que não podem ser questionados. Há quem afirme, inclusive, que levantar dúvidas sobre a sustentabilidade deste estilo de vida seja um discurso de perdedor, de quem não chegou “lá”.

Os índices de ansiedade, depressão, estresse e outros transtornos de humor indicam, contudo, que a autoexigência por performance e resultados tem levado à degeneração da nossa saúde emocional. Todos parecem sentir que estão aquém do que poderiam, que fazem menos do que deveriam, que nunca chegarão onde sonharam.

Mesmo aqueles que já alcançaram seus objetivos, não conseguem parar. Precisam de mais doses de sucesso para se sentirem vivos e valiosos. O prazer em atingir metas e receber recompensas é tanto, que a pessoa precisa cada vez de mais. É o que a psicologia chama de “esteira hedonista”: é preciso continuar caminhando, apenas para se manter no mesmo lugar, no mesmo grau de autosatisfação.

Este pensamento, contudo, tem armadilhas. A primeira delas é a queda de autoestima se os resultados não se concretizam. É grande o risco de ignorar ou diminuir os avanços que ocorreram no processo, se o propósito final não for alcançado.

Outra possibilidade é deixar de sentir prazer na atividade. Isso ocorre quando se perde o foco inicial, que era o gostar (de praticar um esporte, de estudar, de tocar um instrumento musical, etc), e passa-se a ter alvos, que exigem treinamento, repetição, esforço.

Há ainda a chance de surgirem comparações com os outros, o que pode inflar ou diminuir nosso ego, dependendo do parâmetro que se utiliza, mas sempre de uma forma ilusória, pois cada um tem caminhos e circunstâncias diferentes para enfrentar.

Buscar melhorar nossas imperfeições e trabalhar nossas potencialidades certamente não são coisas ruins e são importantes para a construção da autoestima. O problema parece surgir quando somos implacáveis, quando só aceitamos a perfeição, que não costuma ser alcançável ou possível.

 

Luiza

CVV Belém / PA

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