18 de maio: uma data, muitas lutas

Data18/05/2018 CategoriaCVV

A data não é de festa, mas de grande significado. O 18 de maio traz com ele dois relevantes chamamentos à reflexão e ação: é o Dia Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes e o Dia Nacional de Luta Antimanicomial. A data vem lembrar a toda sociedade brasileira a necessidade de luta contínua em defesa do direito ao desenvolvimento livre de ameaças e a importância de cuidarmos sempre da nossa saúde mental e também das pessoas com  transtorno mental.

O Dia Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes surgiu da mobilização contra o crime bárbaro ocorrido em Vitória (ES) em 1973, conhecido como “Caso Araceli”. Esse era o nome da criança de oito anos de idade que teve todos os seus direitos violados, sendo sequestrada, drogada, abusada sexualmente, assassinada e carbonizada. O crime ficou impune.

Todos os anos, no mês de maio, o Brasil se mobiliza para discutir a temática na perspectiva de prevenção e enfrentamento às situações diversas de violência infanto-juvenil. Dados do Disque 100 mostram que em 2016 foram registradas 144.580 denúncias de violação de direitos contra crianças e adolescentes, 17.523 de violência sexual.

Já o Dia Nacional da Luta Antimanicomial foi instituído por profissionais da saúde mental cansados do tratamento desumano e cruel dado a usuários do sistema. Com o lema “Por uma sociedade sem manicômios”, representantes da sociedade e profissionais iniciaram um movimento em Bauru (SP), em 1987, questionando o modelo clássico de assistência centrado em internações com graves violações aos direitos das pessoas com transtornos mentais.

Assim, foi sancionada  a Lei 10. 216/01, que encerrou o espaço de manicômios, hoje chamados de hospitais psiquiátricos, considerando a internação como último recurso, quando esgotadas todas as possibilidades de tratamento na convivência familiar e em sociedade, garantindo assim cidadania, liberdade, autonomia e participação no tratamento. Nesta data, renova-se o compromisso sobre o contínuo enfrentamento às dificuldades na ampliação do acesso aos serviços de atenção à saúde mental, que proporcione espaço de escuta, acompanhamento e tratamento junto à família.

Sabe-se que  elevado índice de suicídios está associado a pessoas com transtornos mentais que não receberam diagnóstico, acolhimento, acompanhamento e tratamento adequados e sofrem sem saber que é possível apoio de equipe multidisciplinar na rede de atenção à saúde mental. Quando alguém que convive com estas situações  busca o outro para conversar, é fundamental o escuta respeitosa, o acolhimento, a empatia, a aceitação e a compreensão da situação, sem avaliações, questionamentos ou pressão pela fala.

O CVV está pronto para participar desta rede, pois oferece serviço de apoio emocional gratuito, com sigilo e anonimato 24 horas por dia. Se sentir vontade de conversar acesse www.cvv.org.br/23 e conheça todas as formas de atendimento.

Neylane

CVV Natal (RN)

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